segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Todo mundo está cansado de saber que é preciso consumir menos. Mas é fácil falar, difícil é fazer. Quem nunca se arrependeu por ter comprado mais do que precisava? Aquelas três sandálias iguais que você levou só porque estavam em promoção, aquele cinto excêntrico que você nunca teve coragem de usar, e mesmo aquelas frutas que estão murchando na geladeira.
Essas coisas acontecem com todo mundo, e são sintomas do consumismo. Esse fenômeno que afeta a nossa geração está acabando com o planeta. Infelizmente governos e empresas estimulam e atrelam seu crescimento ao nível e ou à capacidade de consumo da população. Por mais de século essa tem sido a mola propulsora do chamado desenvolvimento. Até quando vamos acreditar nessa história da carochinha? Não acha que já está mais do que na hora de aposentar esse modelo arcaico de desenvolvimento?

FIB – Felicidade Interna Bruta

Desenvolvimento no sentido amplo e real da palavra não se resume a crescimento do nível de consumo. Felizmente, temos sinais de que as coisas estão começando a mudar. Prova disso é o burburinho que o pequeno reino do Butão gerou ao criar uma alternativa ao PIB (Produto Interno Bruto, que nas últimas décadas tem sido o índice usado para se avaliar o nível de desenvolvimento de um país). Os butaneses criaram o índice FIB – Felicidade Interna Bruta, que chocou muita gente por causa da simples questão: afinal, um Estado deve trabalhar por acúmulo de dinheiro ou para o bem-estar das pessoas? Dinheiro, aliás, não deveria servir à humanidade, para dar mais conforto e qualidade de vida? Por que foi que ele passou de ferramenta a quase divindade?
Enfim, enquanto estamos nesse mundo em transição, importa-nos tomar o cuidado de refrear nosso ímpeto de consumo, tão estimulado para se criar uma demanda de necessidades que de fato não existem. Até aí todos sabem, não é mesmo? Mas afinal, como acabar com o consumismo?

No interior tem um ditado que diz “não se cutuca onça com vara curta”. Fazendo uma adaptação para o tema, aqui vai uma grande sugestão “não gaste o seu tempo olhando lojas”. Explicando. Muita gente adora gastar o tempo livre passeando pelas lojas. E raramente quando as pessoas estão nesse tipo de situação, conseguem resistir e sair de um shopping ou de uma loja sem uma ou duas sacolas. As vitrines são lindas, recheadas de coisas feitas para serem atraentes. Mas isso não significa que você precise delas. Nessas horas que compramos coisas por impulso e pelo simples ato de comprar, na maioria das vezes levamos para casa coisas sem necessidade e que rapidamente serão descartadas.


Quer passear? Que tal outro lugar onde não exista a pressão do “me compra, me compra, me compra!” ? Uma praça, uma parque, um museu ou mesmo um restaurante ou um cinema. O ideal é que as pessoas encontrem formas mais agradáveis de passar o tempo. Se você insiste em passar o tempo consumindo (depois de procurar um analista), que tal evitar consumir produtos, e em vez disso consumir serviços?
Os serviços, em geral, tem um impacto menor sobre o meio ambiente se comparado com o processo industrial tradicional de fabricação das coisas. Nos serviços, um mesmo equipamento é capaz de atender a um número maior de pessoas o que reduz o consumo, o volume de lixo e a demanda por matéria prima. Um exemplo é o serviço de taxi. Se cada usuário optar por usar o seu carro já sabemos dos problemas. Nesse sentido, tem crescido o movimento de Consumo Colaborativo, sobre o qual escreveremos em outro post. Apenas para dar uma pitada do que se trata,é uma nova forma de economia que parece estar surgindo, baseada não no ter individualmente, mas no ter e compartilhar coletivo. É o caso das pessoas que alugam quartos para estudantes ou turistas, do Zipcar, que na Europa funciona alugando carros por preços módicos para as pessoas passearem, irem para o trabalho, etc, evitando que todos precisem de possuir um veículo.

Dicas para fugir das armadilhas do consumo

Sim, temos boas oportunidades surgindo. E, para fazermos a nossa parte, vamos dar algumas dicas para você reduzir o consumo e seguir a nova máxima: conseguir mais com menos. Experimente e torne-se mais leve e feliz.
  • Pense 3 vezes antes de comprar: 1. Você precisa? 2. Você realmente gosta? 3. Serve para você neste momento?
  • Prefira comprar coisas duráveis. Podem custar um pouco mais agora, mas não irão para o lixo tão cedo.
  • No caso de roupas e decoração, procure comprar produtos neutros, básicos e versáteis, de que você não vai enjoar logo. Para personalizar, use objetos e acessórios diferentes e coloridos, que você trocar de vez em quando. Isso faz seu guarda-roupa ou a decoração de sua casa tornar-se muito mais eficiente com menos.
  • Passeie menos no shopping, e mais nos parques e praças da cidade. Assista menos televisão. Quanto mais você se expuser a propagandas, mais vai ter a falsa impressão de que precisa de coisas novas. As vitrines são feitas para serem bonitas. Isso não quer dizer que você vai ser mais feio se não tiver aquele casaco da moda.
  • Consuma mais serviços e menos produtos.
  • Adote ações de consumo colaborativo, troca e reuso.
  • Faz parte da natureza humana querer renovar, e isso se expressa na vontade de ter roupas e objetos novos. Em vez de comprá-los, que tal dar um upcycle nas suas coisas? O Coletivo Verde está cheio de boas idéias para você dar novos usos a suas coisas.



       Gustavo Cerqueira N° 20 2 EM

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